09/09/2017

Trecho do livro: A primeira vez de Daenerys e Khal Drogo



Daenerys

A última fatia de sol desapareceu nesse momento por trás das grandes muralhas de Pentos, para oeste. Dany perdera por completo a noção das horas. Khal Drogo ordenou aos companheiros de sangue para lhe trazerem o cavalo, um esguio garanhão vermelho. Enquanto o khal selava o cavalo, Viserys esgueirou-se até junto de Dany, enterrou os dedos na sua perna e disse: 
— Dá-lhe prazer, minha doce irmã, senão juro que verás o dragão acordar como nunca acordou antes. O medo regressou então, com as palavras do irmão. Sentiu-se de novo uma criança, apenas com treze anos e completamente só, mal preparada para o que estava prestes a acontecer-lhe. 
Cavalgaram juntos sob as estrelas que surgiam, deixando para trás o khalasar e os palácios de erva. Khal Drogo não lhe dirigiu uma palavra, mas fez o garanhão atravessar a penumbra que se aprofundava num trote duro. As minúsculas campainhas de prata na sua longa trança ressoavam baixinho enquanto cavalgava. 
— Sou do sangue do dragão — murmurou ela enquanto o seguia, tentando manter a coragem. — Sou do sangue do dragão. Sou do sangue do dragão. — O dragão nunca tinha medo. 
Mais tarde nunca soube dizer até que distância ou durante quanto tempo cavalgaram, mas a noite tinha já caído por completo quando pararam num lugar relvado junto a um pequeno ribeiro. Drogo saltou do cavalo e tirou-a do seu. Sentiu-se frágil como vidro nas mãos dele, com membros tão fracos como água. Ficou ali, desamparada e a tremer nas suas sedas nupciais enquanto ele prendia os cavalos, e quando se virou para olhá-la, ela começou a chorar. Khal Drogo ficou a olhar as lágrimas, com o rosto estranhamente vazio de emoção. 
— Não — disse. Ergueu uma mão e limpou rudemente as lágrimas com um polegar calejado. 
— Falais o Idioma Comum — disse Dany espantada.
— Não — disse ele de novo. Talvez soubesse apenas aquela palavra, pensou ela, mas era uma palavra mais do que ela supusera, e de algum modo isso fê-la sentir-se um pouco melhor. 
Drogo tocou-lhe levemente o cabelo, fazendo deslizar as madeixas louras prateadas entre os dedos e murmurando suavemente em dothraki. Dany não compreendeu as palavras, mas havia calor na entoação, uma ternura que nunca esperara daquele homem. Pôs um dedo sob o seu queixo e ergueu-lhe a cabeça, para que ela o olhasse nos olhos. Drago erguia-se acima dela como se erguia acima de toda a gente. Pegando-a com ligeireza pelos sovacos, ergueu-a e sentou-a numa rocha arredondada ao lado do ribeiro. Depois sentou-se no chão em frente dela, de pernas cruzadas sob o seu corpo, com os rostos por fim ao mesmo nível. 
— Não — disse ele. 
— Essa é a única palavra que conheceis? — perguntou-lhe ela. 
Drogo não respondeu. A sua longa e pesada trança estava enrolada na terra ao seu lado. Puxou-a por sobre o ombro direito e começou a remover as campainhas do cabelo, uma a uma. Depois de um momento, Dany inclinou-se para a frente para ajudar. Quando terminaram, Drogo fez um gesto. Ela compreendeu. Devagar, com cuidado, começou a desfazer-lhe a trança. Levou muito tempo. E durante todo o tempo, ele ficou ali sentado em silêncio, observando-a. Quando acabou, ele abanou a cabeça e o cabelo espalhou-se-lhe atrás das costas como um rio de escuridão, oleoso e cintilante. Nunca vira cabelos tão longos, tão negros, tão espessos. Depois foi a vez dele. Começou a despi-la. Os seus dedos eram hábeis e estranhamente ternos. Removeu-lhe as sedas, uma por uma, com cuidado, enquanto Dany permanecia sentada, imóvel, silenciosa, a olhá-lo nos olhos. Quando desnudou os seus pequenos seios, não conseguiu evitá-lo. Desviou o olhar e cobriu-se com as mãos.
— Não — disse Drogo. Puxou-lhe as mãos para longe dos seios, com gentileza mas firmemente, e depois ergueu-lhe de novo o rosto para fazer com que o olhasse. 
— Não — repetiu. 
— Não — ecoou ela. 
Então, ele pô-la de pé e puxou-a, a fim de remover a última das suas sedas. Sentia o ar nocturno frio na pele nua. Estremeceu. Temia o que viria a seguir, mas durante algum tempo, nada aconteceu. Drogo ficou sentado de pernas cruzadas, olhando-a, bebendo-lhe o corpo com os olhos. Um pouco mais tarde, começou a tocá-la. A princípio ligeiramente, depois com mais força. Ela sentia o feroz poder das suas mãos, mas ele nunca chegou a magoá-la. Segurou uma mão na dele e afagou-lhe os dedos um a um. Correu-lhe uma mão suavemente pela perna. Afagou-lhe o rosto, delineando a curva das suas orelhas, percorrendo-lhe a boca gentilmente com um dedo. Tomou-lhe o cabelo com ambas as mãos e penteou-o com os dedos. Virou-a de costas, massajou-lhe os ombros, fez deslizar o nó de um dedo ao longo da coluna. 
Pareceu que se passaram horas antes que as mãos dele se dirigissem por fim aos seus seios. Afagou a suave pele da base até a deixar em formigueiro. Rodeou os mamilos com os polegares, beliscou-os entre polegar e indicador, depois começou a puxar por ela, muito ligeiramente a princípio, depois com maior insistência, até que os mamilos enrijeceram e começaram a doer. Então parou, e puxou-a para o seu regaço. Dany estava corada e sem fôlego, com o coração a palpitar no peito. Envolveu-lhe o rosto nas mãos enormes e ela olhou-o nos olhos. 
— Não? — disse ele, e ela soube que era uma pergunta. 
Tomou-lhe a mão e dirigiu-a para a humidade entre as suas coxas. 
— Sim — sussurrou ao introduzir um dos dedos dele dentro de si.



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